Como organizar estrategicamente seus canais de aquisição

Recentemente tive uma discussão com um cliente, que não conseguia entender o conceito de Conversões Assistidas (Assisted Conversions) e a diferença entre canais de aquisição iniciais, de meio e finais. É um conhecimento fundamental para qualquer empreendedor ou profissional de marketing, mas que não é bem entendido por muitos no meio de startups (publicitários de agência já estão carecas de saber disso).

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Normalmente pensamos no funil de marketing como uma trajetória linear do cliente em direção à venda. Na realidade essa jornada do consumidor é bem mais complicada do que isso, especialmente se tratando do que acontece fora do produto, ou seja, nos diversos canais de aquisição que uma empresa tem.

O início da jornada começa com os canais iniciais onde o mercado-alvo se familiariza com a marca e o produto. Ou seja, você irá ter alguns canais de aquisição que não irão se materializar diretamente em vendas e você não vai conseguir atribuir conversões para eles. Mas eles têm o papel crucial de fazer o primeiro contato da marca com o cliente. Isso é o que os americanos chamam de brand awareness.

Canais de meio são aqueles que levam o cliente a conhecer melhor o produto. São canais que levam o usuário até o site, ou mesmo até uma micro-conversão (se cadastrar para uma newsletter, por exemplo). É importante lembrar que podem haver vários canais de meio, cada um levando o consumidor a um passo à frente em direção à compra.

E, por último, existem os canais finais, responsáveis por executarem as vendas de fato. Normalmente, quando observamos os dados de conversões no Google Analytics (ou qualquer outra ferramenta de análise), é para esses canais que as vendas são atribuídas.

Canais finais são extremamente importantes mas, como centroavantes de um time de futebol, eles muitas vezes recebem todo o crédito, apesar de o gol ser sempre um esforço coletivo.

Vamos examinar o exemplo (simplificado) do site de classificados virtuais, OLX. Não tenho dados internos, mas fazendo um exercício de imaginação, podemos atribuir as propagandas na TV do OLX a canais iniciais. São através deles que as pessoas aprendem sobre o segmento e a marca.

Depois temos os canais de SEO/SEM Genéricos (direcionados a palavras-chaves de produtos, como carros, geladeiras, etc). Eles fazem a função do canal do meio, levando o consumidor para o site.

Por último, Tráfego Direto (digitar o URL diretamente), e SEO/SEM de Marca (direcionado a palavras-chave da marca, como OLX) são os canais finais, que levam mais pessoas a efetua a compra.

Essa diferenciação é importante não apenas para que você pense no papel de cada canal na jornada do usuário, mas também para a hora de medir os resultados. Seria um erro  analisar os números de vendas e concluir que as propagandas de TV não convertem (o Google Analytics não vai conseguir atribuir vendas a eles). Mas eles têm um papel crucial de conhecimento da marca e também do segmento de classificados virtuais, que é relativamente novo no Brasil.

Usando dados da ferramenta Jornada do Consumidor do Google, e tendo como exemplo um site de turismo de médio-porte nos EUA (os dados brasileiros não são completos), podemos ver como canais diferentes se comportam:

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É um comportamento com que certamente me identifico. Quando estou pronto para reservar um hotel ou comprar uma passagem de avião, raramente uso o Google. Ao invés, vou direto nos sites que são “top of mind” para mim.

O importante aqui é pensar nos diversos canais de aquisição de maneira estratégica, levando em conta os diversos estágios de desenvolvimento do mercado consumidor. Há ainda a questão de como fazer o tracking dessas interações por diversos canais e dispositivos, mas isso é papo para um próximo post.


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