Growth Hacking e o Projeto Gambá: 10 regras para gerenciamento de equipes altamente criativas.

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Peter Diamandis é co-fundador da Singularity University e, entre outras coisas, de uma empresa chamada Planetary Resources, Inc., que está trabalhando na mineração de asteróides (isso mesmo).

No seu último livro, Bold, ele descreve os passos que empreendedores devem seguir para construir empresas que tenham o impacto de transformação exponencial no mundo. Vale a pena ler.

Mas eu quero falar sobre uma parte do livro, onde o Diamandis escreve sobre o hoje famoso Skunk Project ou Projeto Gambá, em que cientistas americanos se fecharam em uma tenda perto de uma fábrica de plásticos fedorenta (justamente para evitar visitantes) com o objetivo de construir o primeiro jato de guerra americano, em tempo recorde, para enfrentar os nazistas na segunda guerra mundial.

Segundo Diamandis, muitos dos preceitos do Projeto Gambá podem ser utilizados por empreendedores que querem atingir um objetivo extremamente difícil em tempo reduzido. São receitas para atingir o que parece inatingível (como construir um jato de guerra em poucos meses).

Como equipes de Growth Hacking são, na verdade, mini-startups dentro de uma empresa, e que têm a incumbência altamente desafiadora de atingir crescimento exponencial em pouco tempo, separei alguns dos preceitos do Projeto Gambá que se aplicam a qualquer pessoa que busca montar uma equipe de growth dentro de uma empresa (grande ou pequena).

São eles:

1)  Grandes objetivos

Existem evidências abundantes apontando para o fato de que o simples ato de traçar um grande e desafiador objetivo é, em si, um essencial contribuinte para atingir esse objetivo. A partir do momento que um objetivo fora do comum é traçado (como no caso do Diamandis: minerar asteróides), as pessoas também passam a buscar ideias totalmente fora do comum, pois sabem que fazer “mais do mesmo” não fará diferença. E é isso que gera inovação.

2) Isolamento

Uma equipe de growth precisa ser autossuficiente (ou seja, ter programadores, designers, redatores na equipe) para poder se isolar dos fatores burocráticos e dos ocasionais “incêndios” do restante da empresa. Ela deve ficar livre para desenvolver ações de arriscadas, de alto potencial de impacto e fracasso, o que demanda isolamento da inevitável inércia, ceticismo e também das inevitáveis críticas do restante da organização.

3) Ciclos rápidos de iteração e feedback

Inovar significa correr riscos, o que em si significa fracassar múltiplas vezes até chegar em uma grande ideia que seja factível. Se você está fazendo algo que deu certo “de primeira”, você provavelmente não está inovando o suficiente. Se é fácil de fazer, alguém já o teria feito. O segredo é criar um processo de gerenciamento de experimentos que permite que se fracasse rapidamente, aprenda com os erros e faça uma nova iteração para testar novas ideias.

4) Demonstrar progresso

Se objetivos grandes são fundamentais, é também importantíssimo que equipes de growth tenham como demonstrar pequenos progressos. Para fazer isso, a melhor maneira é quebrar o grande objetivo em pedaços atingíveis. Isso demonstra para a própria equipe de growth (e para o restante da empresa) que o grande objetivo é possível, passo a passo. Isso aumenta a confiança e motivação, que são essenciais para se trabalhar em um ambiente de alta incerteza.

5) Foco no usuário

É óbvio, mas não custa relembrar que o entendimento profundo do usuário é essencial para o crescimento de qualquer empresa. Sem entender o consumidor, um produto pode ser altamente inovador, mas jamais será comercialmente viável. Foco no usuário faz com que toda a equipe se volte para solucionar problemas realmente importantes.

6) Compartilhe tudo e busque ideias em todos os lugares

Isso pode parecer contraditório com o princípio de isolamento, mas não é. É importantíssimo estar aberto para novas ideias e soluções, seja do restante da empresa, seja do mundo. Crowdsourcing, concursos de ideias e a criação de uma comunidade de entusiastas aumentará exponencialmente o poder de criatividade e resolução de problemas da sua equipe.

7) Pense grande, comece pequeno

Uma grande ideia precisa começar em algum lugar. Imaginando que uma solução poderá impactar milhões de pessoas, comece desenvolvendo para um grupo específico. A ideia aqui é pensar em um público “early adopter” que possa lhe ajudar com dados e feedback a criar uma solução de alto impacto.

8) Crie com imaginação, implemente com dados

Todo o projeto de alto impacto começa com criatividade e imaginação, mas precisa de dados e números para separar o que vale e o que não vale a pena ser feito. É um erro achar que inovação é parte exclusiva dos criativos, tanto quanto é um erro achar que podemos inovar apenas avaliando números.

9) Flow

Flow é o momento de total absorção, onde você está tão focado no trabalho que está executando, que tudo ao redor deixa de existir por um tempo. Você desaparece, o tempo voa e toda a sua concentração e criatividade chegam a níveis de performance gigantescos. Para saber mais sobre flow, sugiro ler o livro do Mihaly Csikszentmihalyi do mesmo nome.

10) Gerencie o processo, não os resultados

Isso também pode parecer contraditório, mas o processo de growth é mais importante do que os seus resultados. Gerencie suas equipes de acordo com o número de experimentos, testes, ideias geradas e você verá que os resultados virão. Se a sua equipe respeitar o processo de inovação e o executar de maneira rápida e eficiente, os resultados certamente virão.

 

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